Capitulo 50 - Acordar no seu abraço, todo dia.

E a falaçada começa... Todo mundo questionava a mesma coisa até então... Onde estaria Diego? ... Ou melhor dizendo, nessa altura do campeonato... Onde ele havia se metido?!
Ao fundo do auditório, Silvia ouvia os resmungos de Leonardo que como de costume tirava conclusões precipitadas. 
Ainda mantidos sobre o palco, os quatro amigos se entre olhavam assustados.
O diretor engravatado suava frio, se realmente fosse possível aquele seria o momento perfeito de estrear seu mais novo passe de magica... ‘’Plin!’’, como se fosse novidade Jonas Araripe fugiria do fuzuê que não demorava muito a se espalhar.
Mais por enquanto nem tudo está assim... ''acabado..''.. Esses casos ainda terão salvação... Ao seu lado reside a incrível Leila... Que vamos combinar?! .. Sem ela segurando as pontas, ele simplesmente estaria perdido!..
Ao virar a cabeça pra lá e cá, Roberta desfazia aos poucos o penteado deixando mais de seus intrometidos cachos invadirem sua face. E não se passam mais que meros milésimos, ela engole a aflição junto de seu medo enrugando o vestido e logo se levantando bruscamente. Ela subia velozmente cada degrau decidida, fazendo assim todos observa-la boquiabertos.
- Roberta Messi estamos no meio da cerimonia! Volte imediatamente! – Jonas dizia com a ajuda das mãos, como se fizesse mimica só que nesse caso próximo de ter um colapso nervoso.
Em frente à porta de entrada, ela tira a fina sandália dos pés delicados. Com um movimento simples e rápido, ela coloca parte dos cachos dourados pra trás da orelha, sumindo em seguida sem deixar satisfação. Em meio a um corredor e outro do Elite Way, Roberta ainda escutava os chamados dos amigos, unido a efeitos sonoros da lotada plateia.
Na área externa do colégio, Diego seguia observando perplexo a piscina... Cenário o qual protagonizou tantos beijos e reconciliações com a amada.

As cenas... Todas ao seu lado sem exceção lhe vieram à cabeça. Mais uma em especial... Afinal estamos falando da melhor decisão que tomou... O pedido. Sabia hora que essas certas palavras saíram do seu coração e chegaram até sua boca. Foi ali onde tudo começou... E o seu receio? .. Era quem sabe achar que as lembranças se perderiam com o tempo?...
-... Diego? – E a voz da pessoa que o fazia feliz veio então à tona. A suave mão tocando sutilmente seu ombro o fez arrepiar. Seu coração pertencia a ela e o dela literalmente era dele. O anjo da guarda de ambos, parecia ser apenas um... Que tinha a árdua missão de permanecer com os dois sempre ligados... Sabendo assim como o outro se sentia num simples encontro do olhar. Os dois se comunicavam de uma forma completamente... Única.
-... Depois que ela entregar o diploma... Tudo por aqui... Vai acabar, né? – Ainda de costas ele coloca sua mão sobre a dela.

-.. As lembranças não vão ficar aqui... – Ela beija leve seu pescoço.
- Às vezes não consigo nos entender...
- Era tudo que agente queria não é mesmo?!.. Sumir daqui e ser independente.. – Ela o abraça apoiando seu queixo no ombro dele.
- Ao mesmo tempo que quero isso mais que tudo... Tenho medo de que as coisas não sejam assim tão fáceis... – Ele beija a mão dela que antes envolvia sua cintura.
- Juntos não a nada que não possamos enfrentar. – Em meio às palavras dela os dois já se olhavam nos olhos.
-... Por isso meu amor... Eu gostaria de... – Ele segurava seu rosto carinhosamente.
- ... Eu gostaria de... – Ela repete risonha.
- De te fazer um pedido... Um pedido pra mulher mais linda de todo o mundo... – Eles sorriem em coro.
- De todo o mundo?! – Com as mãos firmes em suas costas, ela o acariciava.
- Sim, do mundo inteirinho! – Em cada pronuncia das palavras o beijo de esquimó era dado.
- Tá... Então faça o pedido coisa linda...
- Voc... – ‘’Diego!’’ – Ainda unidos pelo quase abraço eles se viram juntos, visualizando o individuo. A presença inesperada dele deixa os sorrisos que habitavam ambos os rostos caírem, rolando ao chão como se fossem pesadas bolas de boliche. ... E mais uma vez, ele interrompe Diego instantes antes de um grande passo...
- Pa.. – O nome custa a sair por completo.
- Bom... Eu vou deixar vocês a sós... – Com uma dificuldade a mostra, ela beija leve seus lábios enquanto se desprendia de seus braços. Na tentativa de fugir daquela entediante e pendente conversa, onde Diego sabia quais eram suas duras palavras, ele a trás pra perto novamente segurando em seu braço.
-.. Não! .. Não me deixa aq..
- Eu agradeceria muito, Roberta. – Se aproximando com pequenos passos, Leonardo enfim fala outra vez. Aproveitando estar assim tão próxima de seu corpo, ela sussurra em seu ouvido.
- Você precisa disso... Estou aqui por perto... Eu te amo. – Mais um beijo é então levemente selado. Sem deixar de olhar pra trás ela sai com o coração apertado mesmo sabendo o quão necessária era àquela conversa pros dois.
- Então... Meu filho.. – Antes de ouvir essas ultimas palavras, Diego permanecia cabisbaixo com as mãos na cintura.
- Meu filho?! – Ele se surpreende. – Achei que você não fosse mais meu pai. – Eles conseguem se encarar.
- Eu.. eu só queria que te fazer um homem responsável..
- Acredito eu que você não veio até aqui pra me dizer essa frase e pedir perdão, não é mesmo? – Os olhos de Leonardo se arregalam diante das firmes pronuncias do filho.
-... É eu.. – As frases que tanto havia ensaio em frente ao espelho pareciam evaporar dentro de si.
- É eu sabia... Como que um homem feito o senhor engoliria seu orgulho? – Leonardo abaixa a cabeça só alguns centímetros de distancia dele. – Vou ter de parar de acreditar, apesar de te amar muito. – Nem a pior das brigas com o pai o fazia esquecer esse indescritível sentimento.
Mais algo dentro dele também gritava o mesmo, só não conseguia de forma alguma mostrar com palavras muito menos com atitudes. É assim que ele então deixa passar... Engoli as falas que se libertaram ressurgindo sem nem saber como.
- Você vai morar sozinho não é mesmo?
- Já passo da hora.
- Eu acabei descobrindo aonde vai ser e... Mandei mobiliar do seu jeito.
- O senhor o que? – Ele o encara indignado. – Qual a parte eu não quero mais seu dinheiro o senhor não entendeu?
- Se você não vivesse grudado naquele velho você saberia com certeza.
- Olh.. – O frio Leonardo não demora muito pra chegar por inteiro.
- Assim como vive à custa da sua ‘’namorada’’ agora.. – Antes da cruel resposta, Diego sente um leve apertão em sua mão direita. Que o faz rapidamente parar de sentir a raiva que instantes já possuía seu corpo. Ele recobra a consciência após alguns segundos olhando ao chão... Quem havia lhe acalmado? ... E o feito pensar duas vezes no uso das palavras?... Até porque é assim que nos mostramos fortes e suficientemente centrados a frente de qualquer pessoa.
-... Olha pai, o senhor já sabe o que eu penso sobre o tipo de pessoa que se tornou... Pois acredito eu que o senhor não teve culpa, possivelmente não nasceu assim.. Afinal de contas se tivesse sido criado por um pai de verdade seria um ser humano completamente diferente. – Ele respira fundo. – Sim, eu vou embora de casa... Vou construir minha própria vida ao lado de quem eu tanto amo. – Aumentando cada vez mais o disfarce, Leonardo evitava o olhar nos olhos por conta das lagrimas que já se mostravam uma sobre a outra.
-... Acho que não temos mais nada pra discutir... Você tem seu orgulho e eu tenho que confessar que também tenho o meu. – A emoção era clara a cada expressão de Diego que já embargava em meio às palavras. -... Do seu jeito torto me ensinou o que é certo e o que é errado... E sendo assim lhe agradeço muito. – Ele observava o pai de cabeça baixa. -... Fica bem e qualquer coisa sabe onde me encontrar. – Mais um pouco ele o olha antes de virar as costas emocionado.
- Diego! – A coragem o invade só por algum tempo. E ele o encara novamente cheio de esperança.
-... Eu.. – Custava muito pra ele declarar o grande orgulho que sentia do filho. E a partir de agora, Diego não esperaria mais... Ele deveria se sentir livre e querendo ou não ele tinha o direito de falar quando e onde bem entendesse.
- Até mais.. Pai. – Lá em frente o iluminado Leandro o esperava de braços abertos. Vendo os passos do filho, Leonardo sussurra derrotado por sua impotente coragem.
-... Eu... Te amo.
- Pronto meu neto... Você conseguiu. – Eles se abraçam forte.
- Vô... Vem rápido.. Ele.. Ele vai te ver. – Diego olha varias vezes pra trás.
- Não meu menino, não se preocupe... Ele não vai me ver. – Ele o olha confuso. Antes mesmo do interrogatório, Leandro trata de tira-lo dali. – Tenho um presente pra lhe dar.
- Presente?
- Posso entregar um diploma pro homem mais lindo de todo o mundo? – Roberta surge tapando seus olhos.
- O meu amor! – Ele a beija sorridente. – Receber de suas mãos minha vida, era tudo que eu queria... – Ele acaricia seu rosto.
- Eu queria mesmo falar com os dois... – Leandro estende a mão fechada até o neto. – Esse envelope eu guardo por muito tempo... – A mão dele se abre devagar quando o avô de repente deposita o pesado objeto. -... Sei que precisa executar o que você planejou durante esses dias com tanto amor... Por isso vá com ela agora aonde tem de ir... E vocês dois saberão a hora certa de abrir esse estranho papel. – Diego e Roberta se entre olham surpresos.
- Vô.. Mais..
- Sem perguntas!.. Podem confiar em mim, só quero a felicidade de vocês.
- Claro seu Leandro, disso agente sabe. – Agarrada no braço de Diego ela encosta a cabeça em seu ombro.
-... Eu preciso que esqueçam os problemas... Pois eu sei o que se passa por seus pensamentos Roberta. Deixar seus amigos por aqui, diante de tantas circunstâncias.. Parece duro pra você. Mais... Sei o quanto é difícil... Só que vos peço, nunca deixe de acreditar que o amor tem o poder de melhorar qualquer coisa.. Por enquanto nada vai atrapalhar a felicidade de vocês. – Abraçados, eles encaram sorrindo as sinceras palavras de Leandro. Com o forte balanço inesperado das arvores, os dois olham em volta deixando de prestar atenção em sua presença. 
- Nossa que estranho... – Roberta continua abismada em meio ao vento que uivava.
- Obri... – Ele volta o olhar ao lugar de antes. – Vô?
- Cadê ele? – Roberta o olha confusa.
- Sabe... Acho que.. Ele tá certo.. – Ele a beija pelo pescoço. – Tá mais que na hora da gente ficar sozinho...
- Você tem toda a razão.. – Com os carinhos de forma cada vez mais enlouquecedora eles tentam se controlar. –... Mais primeiro o pedido senhor Diego Maldonado! – Eles sorriem provocantes. – Não pense você que eu me esqueci... Muito pelo contrario, to aqui imaginando mil coisas pra tentar descobrir o que é...
- Curiosa à mocinha, não? – Eles tocam seus lábios.
- Conta, conta, conta! – Ela diz dengosa formando o indispensável bico.
- Ele envolve um lugar assim todo especial pra te dizer... Vamos?
- Agora! – Ela o leva pela frente parando de repente. – Perai.. Agente vai sem avisar pra ninguém? – Antes mesmo da resposta do namorado ela mesma fala em seguida o fazendo rir. – Ah que saber?! Dane-se todo mundo, vamos logo!
Dentro do enfeitado salão a batida da festa rolava solta em meio à rodinha de amigos, que extravasavam o máximo que podiam sem nenhum tipo de limite. ‘’Chega de regras estupidas!’’..  Eles rodopiavam as becas ao topo de suas cabeças gritando a sensação de liberdade pra quem quisesse ouvir, felizes da vida.
- Achou eles? – Ela para todo o coro da dança correndo em sua direção.
- Achei... – Leandro entrava calmamente.
- Mais e ai? Não vão vir aproveitar a festa? – A curiosidade de Alice passa a ser exclusivamente de Carla.
- A festa deles vai ser melhor, tenho certeza. – Se vendo próximo ao bar ele deixa o bando de queixo caído.Os dois subiam em meio aos beijos apaixonados. A cada degrau da escada alcançado a ansiedade conseguia aumentar de tamanho. A porta do apartamento se aproximava e junto o coração de ambos acelerava.
- Deixa eu tapar seus lindos olhos... – Ele então coloca a mão sobre eles.
- Olha eu que vou tropeçar no vestido em... – Eles riem.
- Eu não vou deixar... – Ela agora só ouvia o virar das chaves.

- Deixa eu ver... Por favor! – Ele a pega no colo mantendo seu rosto colado em seu peito.
- Só mais um pouquinho de suspense... – Ele caminha em meio ao corredor com ela junto dele. Em frente à porta da suíte, Diego a coloca no chão delicadamente livrando seu olhar. – Antes de você entrar eu... Queria lhe dizer algumas palavras... – Ele segura sua cintura ficando ainda mais próximo de seus olhos. – Era isso que eu queria desde o inicio... Era isso que eu lutava desde o começo pra conseguir dividir com você... Fiquei imaginando tantos momentos mágicos ao seu lado... E foi assim que cada vez mais minha vontade falava aqui dentro... Dentro do meu coração... Poder olhar nos teus olhos todo o dia... Sentir seu rosto deitado sobre o meu peito... Seu doce cheiro que me deixa louco... Você, ser a primeira pessoa a qual eu me deparasse... Todo dia.. É o que eu tanto quero... – Roberta seguia ouvindo tudo atentamente acariciando seu rosto com lagrimas nos olhos. –... Então meus brilhantes olhos lindos... Você.. – E uma de suas mãos abre a porta ao lado. Já observando a cena mais linda até então, suas lagrimas de alegria enfim rolam em seu rosto. Sobre a cama de casal envolvidas com um grosso edredom na cor preta, a frase ‘’..Quer morar comigo?’’ se destacava escrita por pétalas de rosas vermelhas. O restante do quarto se mantinha iluminado por pequenas velas o que deixava tudo ainda mais romântico.
- Então ... Você aceita? – Aproximando- se dela, ele afasta seus cabelos o tirando dos ombros. Ficando frente a ela, Diego se ajoelha com uma frágil caixinha em mãos. Ao abrir, uma chave dourada reluz grudada ao veludo.  Ainda emocionada ela não sabia o que dizer diante de tanto amor. – Perdeu a voz?
- Di.. Diego você... Você tá me pedindo em casamento, de um outro modo? – Eles riem.
- Bem que eu queria ter trocado de pergunta mais... Ainda temos muito que viver JUNTOS – Ele é firme. –, até meu pedido oficial... – Ela olha mais uma vez a cama, radiante. -... Mais então... Vo.. – Segurando uma parte do longo vestido, Roberta também se ajoelha firmando o dedo sobre seus lábios.
- Você me completa. É você que me faz feliz... E acordar dentro do seu abraço é o que eu quero pra minha vida inteira... – E os dois muito próximos já respiravam como se fossem um só ser. Sorrindo, Diego a traz pra perto com as mãos entre seus cabelos envolvendo-a assim logo com um beijo. Se mantendo exatamente do mesmo modo, eles se levantam unidos. Ele segurou seu rosto de maneira que só ele sabia mesclar possessividade com delicadeza, ela sentiu os dedos ásperos dele em sua nuca, por de baixo de suas orelhas, o beijo ávido e intenso roubando seu fôlego enquanto ele a empurrava para trás em direção à cama... Havia urgência, muita urgência em chegar lá.
Na falha fala dos dois, um sussurrado ‘’eu te amo’’ além do som dos gemidos abafados e roucos, do quase encostar das peles suadas.
Na adrenalina e ansiedade que precedia o ato do amor, os instintos pedem por mais chegando ao foco principal do momento, que logo seria resolvido. As mãos deslizavam apressadas sobre os corpos, com Roberta afrouxando rapidamente o ‘’nó’’ da gravata dele. Em poucos segundos um item cai ao chão.
A mão dela por entre o cabelo dele. A mão dele buscando ‘’desesperadamente’’ o fecho do elegante e enlouquecedor vestido... Que executava maravilhosamente a arte de tira-lo do serio, ressaltando suas belas curvas... O paletó já vinha descendo pelos braços dele com a delicada ajuda dela. A vez de Diego enfim chega. E ele então começa a desenlaçar as finas fitas que prendiam o espartilho... Roberta fecha lentamente os olhos, apreciando o iniciar do seu amado toque. Em instantes só se escuta o tão baixo som da pesada peça cair próximo à cama, como câmera lenta.
E assim, por enquanto, só resta nela às roupas intimas.
Ela desabotoava sua camisa, sem nem por um rápido segundo deixar de olhar profundamente em seus olhos, com uma chama ‘’viva’’, podendo assim ser enxergada por quem quisesse ver, acessa no olhar. Junto com o tempo que se estendia os corpos também faziam questão de enfrentar qualquer limite pedindo por mais, muito mais.
A boca dele percorria seu pescoço com beijos molhados, como os dela. Logo as peças que faziam parte dele, deslizavam por entre suas pernas e braços. E a base macia, conhecida por colchão? ... Parecia cada vez mais próxima, deixando consequentemente o pulsar do coração de ambos gritando por isso.
O andar apressado os fez inesperadamente tombar sobre a cama, ela por baixo dele. A queda apenas favoreceu a intimidade dos corpos, e Roberta enlaçou as pernas ao seu redor. A mão de Diego seguia pressionando a grossa coxa dela, enquanto as mãos dela pareciam passear por suas costas nuas na mesma intensidade que o beijo. O afrouxar do sutiã é imediatamente sentido fazendo assim seus seios relaxarem sem mais nada o escondendo.
Num ato de carinho enquanto alisava seu peito, Diego vinha deixando provocantemente leves beijos na região dos ombros. Sobre as pétalas de rosas, os dois já se encontravam um nos braços do outro, sem mais tecidos intrusos... Abafando os fortes gemidos completos pelo desejo.
Ali mais uma etapa se iniciava... As ‘’Quatro paredes’’, podiam enfim testemunhar.
‘’Final feliz...’’ ... Acredito que... O importante da tão pouca frase fosse à parte do ‘’Feliz’’... Do final? ... Eles não queriam nem saber! ...

Segunda Temporada, continua...