Capitulo 43 - ''Criança feliz''.

- É dessa vez eu tenho que concordar, eles jogaram muito bem!
- Eu te falei! Se agente tivesse apostado eu ia ganhar! – Diego caminha ao lado de Pedro pelo corredor, enquanto Tomás, no quarto tenta tirar os pensamentos que agora frequentemente rondam sua cabeça. É que a saudade já anda desesperada dentro do seu peito, tudo insiste em trair sua razão, conspirando em favor do seu coração.
‘’ - Parabéns pra você seguiu com a sua vida... Tá certo não tiro a sua razão não, até por que ninguém vive de passado não é mesmo?
- Carla perai eu nem... – Perai nada você não me deve satisfação nenhuma...
- Não, não, não vai... – Sai da minha frente!
- Essa menina, essa menina é...
– Sua namorada, ficante, passa-tempo, a mulher da sua vida... Pra mim não me interessa o que ela seja, o problema é seu!(..)’’ – E a ultima frase virou um eco dentro do seu cérebro, se repetindo por varias e varias vezes como se não se encaixasse em lugar nenhum dentro dele.
- Tomás? Tá tudo bem? – Diego o sacode e Pedro se escora na porta observando os dois.
- ...É tudo...  – Até então cabisbaixo ele se recompõe.
- Imagina se tivesse péssimo! – Pedro ergue as sobrancelhas.
- Dá pra para de zoar só um pouco?! Não vai ser assim que agente vai ajudar ele! – Diego senta na beirada da cama.
- Se tá defendendo?
- O Pedro sério que você ainda não percebeu que o nosso bebe tá carente?
- Ah não tava demorando! – Ele se levanta indignado. – Será que aqui ninguém pode ficar quieto no seu canto?! Sempre vem um pra encher o saco!
- Ah claro você zoa todo mundo e ninguém pode te zoar? – Diego cruza os braços.
- Mais isso é meio obvio, é a lei da vida!
- Invés de ficar aqui só queimando os neurônios... – Diego o interrompe debochado.
- Que vamos combinar que são poucos!
- Porque não corre atrás do tempo perdido? – Tomás sorri irônico.
- Ata o sabichão, vamos lá me conte... Oque eu tenho que fazer?
- Simples!
- Ah serio Diego? Então filosofa ai pra mim! – Ele bate as mãos esperando a devida instrução do amigo.
- Diz ai pra ele! – Pedro espera um instante antes de prosseguir. – Só não precisa fazer o menino dormir, é claro!
- Eu acho que eu tenho um plano!
- Ah você um plano... Olha Pedro ele tem um plano... Oque eu vou ter que fazer, uma serenata?! Pra Carla me jogar um balde d’gua na cabeça?!
- Não seria uma má ideia! – Pedro coça o queixo.
- Quando você menos esperar nos colocamos ele em ação!
- Perai, perai Diego... Nós?! Nós quem?
- Eu e o papai noel! Em que planeta você vive Pedro?
- Na boa? Eu vou começar a cobrar!
- É meu garoto nossos conselhos estão rendendo! – Diego deita procurando o celular sobre o criado mudo.
- Eles crescem tão rápido... – Pedro faz o mesmo.
- Ué.. Que estranho... Vocês viram meu celular que eu deixei bem aqui?
- Pois é o meu também sumiu...
- Sabe vou confessar uma coisa pra vocês, grandes amigos... Adoro tecnologia... Redes sociais... – Os amigos se olham já sabendo oque tinha acontecido.
- Tomás eu não acredito que você fez isso...
- Só tenho quatro delicadas palavras.... DEVOLVE O MEU CELULAR! – Pedro senta inconformado junto com Diego.
- Você só pode tá de brincadeira, tirou o dia pra incomodar meu filho, foi?!
- Quatro palavras Pedro?! Pois eu só tenho duas pra vocês... VEM PEGAR! – Como se fosse novidade Tomás salta da cama correndo pela casa feito uma criança feliz.
 Assim como ele, todos nos também alimentamos uma dentro de nos... E não é como que dizem?! ‘’A infância é a melhor época de nossas vidas!’’, sabia pessoa quem nos faz relembrar disso a todo o momento, principalmente aqueles que temos tanta responsabilidade acumuladas sobre os ombros!
 A fase com que nós não nos preocupamos com nada... Tudo é tão mais fácil tudo é tão mais simples... E aquela inocência frágil?  Que enchia nossos corações de esperança e estufava nosso peito, batendo de frente com tantos daqueles adultos que nos contrariavam... Afinal papai noel existia e coelhinho da pascoa também, e ai de quem dissesse que não!
Nossas brincadeiras sem malicias, nada era maldoso a nossa volta... Tudo é tão encantado, tudo tão perfeito, tão magico... Eterna querida infância.

- Tá bom meu amor, também te amo... Beijo. – Após desligar, com um grande pote de sorvete em mãos, Roberta senta na cama novamente.
- Ah olha só Lice como o amor é lindo, depois que falou com ele tá até mais feliz...
- O sorriso quase nem cabe no rosto... – Ela quase nem mexe na taça repleta de sorvete.
- Vocês nem sabem oque aconteceu! – Com a boca cheia, Roberta contem a risada.
- Ai meu Deus mais pepino pra gente descascar? – Carla se apavora.
- Bom pra você tá rindo, deve ser coisa dos meninos, né?
- Vocês acreditam que o Tomás deu um baita susto nos meninos e como se não bastasse agora tá lá correndo pela Vila Lene depois de ter pegado o celular dos dois?
- Tinha que ser o Tomás! – Com as mãos na testa, Carla abaixa a cabeça.
- Eu falei que vindo dele agente podia esperar tudo! – Olhando o visor do seu aparelho, Alice entende de vez. – Tá explicado o porquê do Pedro ainda não ter me ligado...
 - Tomás sem a Carla vira o menino sem juízo! Será que tudo isso é carência?
- Porque todo o assunto no final sempre termina desse jeito?! O Tomás foi, é e sempre vai ser assim! – Irritada, ela deixa a taça sobre o criado mudo instantes antes de sair andando.
- Ei aonde você vai? – Num rápido impulso, Alice senta na cama.
- Tomar agua!
- A Roberta só tava bri... – Nem deixando a amiga terminar, Carla sai batendo a porta bater fortemente.
– Viu o que você fez?!
- Ótimo era isso que eu queria! – Roberta se aninha empolgada na cama.
- Ah se queria brigar com a menina?
- Não lesma, S.O. S!
- Serio pra quem? – Ela se anima deitando de frente pra amiga.
- Jura?
- Ah claro Tomás e Carla.. Conta, conta, conta!
- Então o Diego...

- Bom dia! – Com as mãos no alto da cabeça, Tomás se espreguiça sentando na cama. Comparado aos outros dias ele acorda de bom humor por incrível que pareça.
- Bom dia?! Eu diria uma quase boa tarde né meu filho! – Em frente ao espelho, Diego ajeita o famoso topete. –... Além do mais, foi por sua causa que agente acordou tarde, por que o bebe ficou dando ataque de madrugada... E quem teve que aguenta você enchendo a paciência, em?!
- Tá bom, tá bom depois vocês me agradecem... Mais e ai cadê o Pedro? – Enquanto fala um bocejo chega sem avisar.
- Saudades? – Como num passe de magica, Pedro aparece debruçado na janela.
- AHH MEU DEUS! – Num grande pulo, Tomás chega do outro lado do quarto o encarando com uma das mãos ainda sobre o peito. Observando a cara assustada do amigo, eles não seguram a gargalhada.
- Oque é agora, ninguém sabe ser original?
- É só o começo de tudo que eu ainda vou fazer pra compensar o que você fez ontem! – Pedro diz enquanto pula a janela.
- O fato é que vocês me amam! – Os amigos ainda riam sem parar. – E oque é de vocês tá guardado! – Ele pega a toalha esticada na poltrona.
- Será que um dia ele paga essas promessas todas?
- Quem sabe um dia, né?!
- Vamos colocar esse bendito plano em ação de uma vez muleque... – Diego esfrega as mãos.
- Missão tirar o menino grudento do nosso pé... – Eles falam juntos tocando as mãos. – ATIVAR! – Os dois seguem pra cozinha em seguida.

- É aqui?
- É por quê? – Eles seguem atentos observando o prédio.
- É bom gosto meu garoto, parabéns! – Pedro elogia tocando seu ombro.
- Perai... – Tomás franze o cenho observando alguém passando pelo lado de fora. – Eu conheço essa... Eu já vi ela em algum lugar... – Ele pensa mais um pouco, fazendo os amigos se entre olharem confusos. – Claro! É ela Diego!
- Ela quem Tomás? – Pedro não entende aonde o amigo quer chegar.
- Ela me paga! – Ele sai desesperado do carro.
- Tomás! Volta aqui!

Continua...